Guia de viagem: Jalapão

O cerrado do Tocantins esconde algumas das belezas naturais mais estonteantes de todo o Brasil.

Mesmo que o **Jalapão** não seja tão conhecido como outros pontos turísticos, cada vez mais apaixonados por viagens estão descobrindo esse lugar quase mágico que é recheado de paisagens de tirar o fôlego, dunas douradas, fervedouros, cachoeiras e experiências memoráveis.

## Onde fica o Jalapão?

O Jalapão é uma região do cerrado, com cerca de 34 mil km², no estado do Tocantins, em diferentes municípios e áreas de preservação, mais precisamente no Parque Estadual do Jalapão. A cerca de 300 km da capital, [Palmas](https://hotel.express/hotels/br/palmas-tocantins), faz divisa com estados do norte e nordeste, como a Bahia, o Maranhão e o Piauí.

[Mateiros](https://hotel.express/hotels/br/mateiros-tocantins), [Ponte Alta](https://hotel.express/hotels/br/ponte-alta-do-tocantins-tocantins) e São Félix são as cidades com os principais roteiros e pontos turísticos do Jalapão.

## Jalapão: quando ir?

Embora a temperatura do Jalapão sempre seja agradável para atividades turísticas ao ar livre, o que pesa em relação à melhor época para visitar o local são os períodos de chuva e seca.

Como os temporais podem atrapalhar alguns passeios, o melhor a se fazer é viajar durante os meses menos chuvosos, entre maio e setembro.

A época mais recomendada, porém, é de maio a [julho](https://hotel.express/post/para-onde-viajar-em-julho), quando há boa umidade e a vegetação está bem viva, o que contribui para um visual mais bonito.

## Como chegar no Jalapão

Como não existem aeroportos na região, turistas vindos de outros estados devem desembarcar no Aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues, em Palmas.

Para chegar até o Jalapão, a rodovia TO-030 é a mais utilizada para rotas de turismo, indo até Santa Tereza do Tocantins e Ponte Alta.  Nem todos os trechos são asfaltados, então é importante providenciar um veículo apropriado.

Uma boa dica para chegar até o Jalapão e se locomover por lá é com a ajuda de profissionais especializados, visto que parte do local é relativamente rudimentar, com difícil acesso, pouca infraestrutura e baixo sinal telefônico.

Agências de viagem e guias experientes vão conhecer os melhores trajetos e passeios e saber como lidar com as partes mais complicadas. Isso garante o sucesso da viagem e a segurança dos visitantes.


## O que fazer no Jalapão?

Quem vai para o Jalapão deve ter ciência de que não há muito luxo e glamour por lá. O lugar é afastado e a estrutura dos municípios é bem simples, apenas com o necessário.

No entanto, isso é compensado pelas belezas naturais incomparáveis, perfeito para quem ama a natureza e se aventurar.


Assim como os [Lençóis Maranhenses](https://hotel.express/post/guia-de-viagem-lencois-maranhenses), o Jalapão é muito conhecido pelas belíssimas dunas de areia, que ganham um tom dourado espetacular sob a luz natural. Justamente por isso, a melhor hora para visitar as dunas é ao entardecer, no pôr do sol.

Para chegar até lá, é preciso estar disposto a encarar alguns quilômetros de estrada de terra. O lado bom é que o percurso passa por paisagens incríveis, como a Serra do Espírito Santo e o Morro do Saca Trapo.

As dunas do Jalapão ficam dentro do Parque Estadual, o que significa que é preciso seguir as regras do local, como a do horário de funcionamento. Embora o visual seja mais bonito no final da tarde, é importante chegar bem antes porque o parque fecha às 18h.

Ao chegar no estacionamento do parque, é preciso seguir a pé – de 15 a 20 minutos. As dunas têm de 200 a 400 metros de altura e é indicado subir até o topo para apreciar a vista que engloba o “deserto”, a vegetação do cerrado, lagos, rios e veredas de capim dourado.


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Dunas do Jalapão

Um fervedouro é uma nascente de rio subterrâneo que não tem espaço para vazão da água, formando uma piscina natural. Com a forte pressão e a areia fina do fundo, a água quebra a resistência terrestre e brota do solo, o que impede qualquer coisa que cair ali de afundar.

Isso significa que qualquer pessoa que mergulhar nos fervedouros do Jalapão – talvez as atrações mais populares do local – vão boiar sem nenhum esforço, criando uma experiência sem igual.

Existem diversos fervedouros em relação aos tamanhos, intensidade de flutuação e cores da água. Mesmo que existam cerca de vinte, apenas oito podem ser visitados, mediante pagamento de R$ 10 a R$ 25 por pessoa.

Como a capacidade dos fervedouros varia entre quatro e dez pessoas por vez, é bacana evitar grupos muito grandes para não enfrentar filas que podem diminuir a duração do passeio.

Veja quais fervedouros do Jalapão são abertos para visitação:

- Fervedouro Bela Vista
- Fervedouro do Ceiça
- Fervedouro do Encontro das Águas
- Fervedouro do Alecrim
- Fervedouro dos Buritis
- Fervedouro do Buritizinho
- Fervedouro do Rio Sono


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Fervedouros do Jalapão

Crédito: Rodrigo José Fernandes, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Além de criar uma vista incrível para quem está a caminho das dunas, a Serra do Espírito Santo também é ótima para fazer trilhas. Quem embarca nessa aventura tem o objetivo de chegar ao topo da serra para apreciar a paisagem maravilhosa da chapada.

A caminhada exige bastante esforço físico e dedicação, já que o trajeto inteiro tem cerca de 7 km, com duração média de até quatro horas, mas isso é compensado pela experiência e beleza do local.

A dica é começar a subir a serra nas primeiras horas da manhã, para que não haja o perigo de perder a luz natural durante a ida ou a volta. Isso também é importante porque o calor não está tão intenso.

O passeio guiado (altamente recomendado), quando não está incluso no pacote das agências de turismo, custa até R$ 100 por pessoa.


Serra do Espírito Santo - Jalapão - Tocantins

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Serra do Espírito Santo

Assim como a Pedra Furada de [Jericoacoara](https://hotel.express/post/jericoacoara-guia-viagem), a Pedra Furada do Jalapão ganhou buracos naturalmente devido a ação das chuvas e dos ventos ao longo dos anos.

A 35 km de Ponte Alta do Tocantins, o acesso é descomplicado e é possível ir de carro, seguido de uma caminhada de aproximadamente cinco minutos até chegar à Pedra. 

A parte mais espetacular é observar o sol, que se alinha perfeitamente nos furos da rocha de arenito.

Também é possível subir até o topo para avistar uma paisagem ainda mais espetacular, especialmente durante o nascer ou o pôr do sol.


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Pedra Furada do Jalapão

Outras atrações naturais que valem muito a pena conhecer no Jalapão são as cachoeiras.

Com águas cristalinas, quedas d’água arrebatadoras e em meio a vegetação típica da região, os passeios às cachoeiras são praticamente obrigatórios.

Conheça algumas:

- Cachoeira do Formiga
- Cachoeira da Velha
- Cachoeira do Prata
- Cachoeira do Poço Encantado 
- Cachoeira das Araras


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Cachoeiras no Jalapão

O capim dourado é encontrado em poucos lugares, mas é no Tocantins que existem campos dessa planta chamada de “ouro tocantinense”.

Devido a sua beleza, vários itens artesanais são confeccionados por moradores da região do Jalapão, principalmente em comunidades quilombolas. A maior concentração de artesãos fica no povoado de Mumbuca, a 22 km de Mateiros. 

Como o capim dourado é raro, existem regras que garantem sua proteção. A colheita só pode ser feita uma vez por ano, entre 20 de setembro e 30 de novembro, assim como é necessário ter autorização ambiental para colhê-lo.

Hoje em dia, apenas 400 artesãos têm permissão para fazer a extração.
Bolsas, chapéus, bijuterias e objetos de decoração de capim dourado são vendidos em feiras no Jalapão, em outras cidades do Tocantins e em outros estados.

Quem viajar para o Jalapão no mês de setembro pode ter a sorte de pegar a Festa da Colheita, que celebra a planta e todos os seus feitos para a vida de centenas de pessoas que ganham a vida com o seu manuseio.

O evento é aberto ao público e permite que os turistas conheçam as histórias, tradições e todo o processo de confecção do artesanato de capim dourado.


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Capim dourado do Jalapão

## Hospedagem no Jalapão

O Jalapão passa por oito municípios, mas as bases turísticas ficam em Mateiros, São Félix do Tocantins e Ponte Alta do Tocantins. Desta forma, a hospedagem no Jalapão também é feita nesses lugares.

É importante notar que as instalações são modestas, compostas por pousadas que oferecem apenas o necessário para uma estadia confortável, sem luxos ou serviços especiais.

Quartos com ventilador ou ar-condicionado, banheiros limpos e café da manhã estão inclusos, mas é mais difícil encontrar produtos de higiene pessoal, piscina e internet. Alguns estabelecimentos oferecem almoço e jantar, então é interessante consultar antes de fechar a reserva.

Porém, devido às belezas naturais do Jalapão, é esperado que os turistas passem a maior parte do dia desbravando o Parque Estadual e só voltem para as acomodações para descansar. Sendo assim, a simplicidade das pousadas é o suficiente.


## Onde comer no Jalapão?

O isolamento do Jalapão faz com que as opções de gastronomia sejam escassas em relação a outros destinos turísticos.

É fundamental ter em mente que não há grandes restaurantes ou menus elaborados. A comida da região é simples e feita pelos nativos – muitas vezes em suas próprias casas, que são transformadas em restaurantes improvisados. No entanto, a culinária caseira é de lamber os dedos.

Perto das cachoeiras, fervedouros e dunas existem alguns estabelecimentos, muitas vezes embaixo de cabanas de palha. Os preços são bem atrativos (até R$ 35) e o cardápio é modesto, mas muito eficiente: arroz, feijão, carne, frango, peixe frito, macarrão, mandioca, batata, legumes e verduras.

Mateiros, Ponte Alta e São Félix têm um número satisfatório de restaurantes igualmente simples. A única ressalva é prestar atenção nos horários, já que os estabelecimentos costumam fechar cedo.

Outra boa opção de alimentação é comer a comida das pousadas. A grande maioria oferece café da manhã com pães, frios, bolos, frutas e bebidas quentes e frias. As outras refeições seguem o padrão dos restaurantes, embora nem toda hospedagem tenha almoço e/ou jantar.


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Tudo o que você tem que saber sobre o Jalapão, no Tocantins: quando ir, como chegar, o que fazer, onde se hospedar e onde comer.

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